Dilemas éticos e de estrutura tecnológica ainda tornam os médicos reticentes em sua adoção. Algumas iniciativas, porém, já mostram resultados positivos no Brasil
É certo que a expansão da telemedicina depende fundamentalmente da criação de uma regulação adequada e do entendimento dos questionamentos éticos relacionados a essa atividade. De que forma assegurar um padrão de qualidade dos cuidados ao paciente? Como garantir a segurança e confidencialidade de seus dados?
Essas são apenas algumas das indagações. Mas também não há como negar que as tecnologias da informação e comunicação trouxeram benefícios antes inimagináveis e que não há como voltar atrás: o exercício da medicina à distância responde a diversas problemáticas do mundo atual.
Fenômenos como o envelhecimento da população, o aumento progressivo das doenças crônicas e degenerativas, a urgência de repensar os custos com a saúde e, ainda, a falta de acesso aos serviços em regiões remotas e menos favorecidas são fatores que impulsionam o uso da telemedicina em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o atendimento à distância no campo da saúde comportamental está ajudando na redução de custos ligados a pacientes com transtornos mentais. Um em cada cinco norte-americanos adultos sofre dessas condições todos os anos, uma realidade que consome US$ 40 bilhões anualmente. Um estudo da PwC aponta que 43% dos consumidores com mais de 45 anos preferem utilizar as ferramentas de telessaúde, como videoconferência, para se consultar com um médico nessa área, em vez de optar por uma visita pessoal. Essa proporção é ainda mais expressiva (72%) entre o público mais jovem, na faixa dos 18 aos 44 anos.
Também não faltam exemplos no território brasileiro. Entre eles, está o Programa de Telemedicina do Amazonas, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) em parceria com as Universidades Federal (Ufam) e Estadual (UEA) do estado. Em 2002, a iniciativa alcançou a marca de 1 mil consultas cardiológicas e 150 mil exames de eletrocardiograma com emissão de laudos, voltados a pacientes de 61 municípios do interior do Amazonas.
Entenda alguns aspectos que você precisa considerar para ingressar nesse movimento: